Atenção Primária ao Idoso

O mundo vive um processo de transição do processo demográfico bem significativo. O número de pessoas com mais de 60 anos aumenta a cada ano. A proporção das taxas de nascimento diminui consideravelmente, comparando com a população idosa.

Em 2017, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) superou os 30 milhões.

Estima-se que em 2030, teremos 1,4 bilhão de idosos.

Em 2050, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões de pessoas, representando um quinto da população mundial.

A longevidade também há de se considerar. Na maioria dos países, o número de pessoas acima dos 80 anos deve quadruplicar para quase 400 milhões.

Neste panorama, o estudo, planejamento e ações voltadas a este público, em seus diferentes segmentos, seja em políticas públicas, como Programas de Atenção Primária ao Idoso, investindo na Saúde, considerando os processos de Senescência e Senilidade, e as possibilidades de prevenção,  manutenção, como também de que forma encarar todas as mudanças, declínios e as possibilidades de envelhecer feliz e bem

Precisamos considerar cada ser com suas individualidades. Há idosos alegres, dispostos, positivos, ativos como também aqueles mais retraídos, que preferem o sossego do lar, seguir sua rotina pré-determinada, não ter muitos contatos, como aqueles que estão com a saúde debilitada, precisam de cuidados. Assim, cada idoso é um ser único, com suas particularidades.

Como psicomotricista, considerar também a história de um corpo vivido ao longo dos anos… Marcas, experiências, sentimentos que refletem na qualidade do envelhecimento, mas também o interesse, a disponibilidade em potencializar tantas capacidades muitas vezes adormecidas, dar-se o direito a novas descobertas, sensações, relações consigo mesmo, com o outro, com mundo. Prazer, estar bem consigo mesmo, significando sua existência, contribuindo no processo do envelhecimento saudável, na prevenção e cuidados com a saúde. Equilíbrio entre corpo, mente e emoção.

As evidências científicas comprovam o quanto as estimulações são importantes, beneficiam a manutenção de habilidades preservadas e favorecem a funcionalidade no idoso, que quando assistido e estimulado através de propostas adequadas, podem ter uma vida ativa, utilizando o cérebro de maneira mais ampla, frequente, sentindo-se mais seguro e confiante quando submetido a tarefas prazerosas que podem despertar potenciais adormecidos como retardar o avanço de doenças.

A Gerontopsicomotricidade, com o olhar integral sobre o indivíduo e em todo processo, tem muito a contribuir, seja na prevenção e qualidade do envelhecimento saudável, como na formação de profissionais que atuam junto a idosos. Ações e esforços efetivos na promoção da saúde, através de  intervenções com atividades motoras, cognitivas, sociais, que com certeza refletirão nas questões afetivo emocionais.

Cuidar da Atenção Primária ao idoso é a forma mais eficaz para o envelhecimento saudável.  No que tange a Psicomotricidade, sabemos o quanto esta ciência tem a contribuir na Atenção Primária, considerando este Ser que traz consigo as memórias de sua história, suas experiências, vivências, marcas e através de propostas planejadas e fundamentadas, contribuir na autonomia, funcionalidade, autoestima, prevenção e qualidade de vida para uma longevidade digna.

Um vídeo abaixo dos idosos em atividades psicomotoras na Associação Vem Ser.

Deseja participar de um workshop só com atividades psicomotoras para idosos? Vamos explorar propostas corporais, cognitivas, linguísticas, sociais que poderão ser exploradas com este público. 

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Autora:

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Cassia Yamada Eguthi

Pedagoga, Psicopedagoga da Educação Especial e Psicomotricista titular da Associação Brasileira de Psicomotricidade.
Coordenadora do Curso de Pós Graduação em Psicomotricidade e Projetos Sociais da Associação Vem Ser

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Representante Mundial

Prof. Dr. Rui Fernando Roque Martins

Professor Associado na Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa (UL)
Docente na licenciatura em Reabilitação Psicomotora e Coordenador do Curso do Mestrado em Reabilitação Psicomotora, da FMH – UL
Membro fundador e delegado português do Fórum Europeu de Psicomotricidade
Delegado Português da Organização Internacional de Psicomotricidade e Relaxação desde 1989.
Honoris Causa pela Organização Internacional de Psicomotricidade e Relaxação, pela contribuição para o desenvolvimento Internacional da Psicomotricidade
Membro fundador e Presidente da Associação Portuguesa de Psicomotricidade.