Passados tantos anos do reconhecimento mundial da ciência Psicomotricidade, o Brasil veio a oficializá-la, enquanto profissão, somente numa reunião do CBO, em 12 de setembro de 2018. Nesse encontro fomos classificados no Código 2239, da família de Terapeutas Ocupacionais e Ortoptistas, recebendo o de nº 2239-15. No entanto a Lei que regulamentaria isso só foi assinada em 3 de janeiro de 2019, sob nº 13.794 e é sob ela que estamos atuando no mercado de trabalho desde então.
O que aconteceu depois disso foi uma demanda imensa de profissionais por informação e formação nessa área e para isso muitos buscaram em Cursos de Pós-Graduação essa especialidade (como estava ocorrendo anteriormente), mas sob a ameaça que para receber o título de Psicomotricista, com essa base acadêmica, só poderá acontecer até 2023, prazo que a Lei conta com o surgimento de cursos de Graduação para essa profissão.
Diante desse cenário, pensamos que é lamentável que se procure “títulos”, simplesmente. A Psicomotricidade é uma ciência do humano, em qualquer faixa etária e com essa responsabilidade o profissional que atuar com ela deverá se fundamentar de conhecimento, experiência prática, formação pessoal e acima de tudo muita responsabilidade na construção de seu ofício.
É triste ver cursos que estão esquecendo a importância da presencialidade nesse tipo de Formação e com o advento da pandemia permitiram que ela entrasse no mesmo rol de muitas outras, no formato integralmente online. Psicomotricidade é ciência do equilíbrio, do corpo, do toque, da escuta, do olhar, do acolhimento, dos afetos, da maternagem, do diálogo tônico, do prazer, do cognitivo e da unicidade humana. Como a virtualidade pode dar conta de todos esses “espaços”?
Atuar com a Psicomotricidade demanda estruturação pessoal e profissional, supervisão do outro e a grandeza do ínfimo…. como bem escreve um colega querido, Marcelo Antunes…. quando o verbo “amar” toca o corpo, ele o sensualiza, nasce o sentido do amor nas entranhas, “o desejo”, que apazigua as pulsões originárias e traz o “criançamento” da linguagem, a letra, as palavrescas, o verbar, o prazer e o amor no corpo… a gramática corporal.
Tenhamos respeito por essa formação integral necessária ao profissional PSICOMOTRICISTA, pois todos nós: crianças, adolescentes, adultos, idosos, deficientes ou não… merecemos!!!!