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Formação Pessoal do Psicomotricista

A FORMAÇÃO PESSOAL de um Psicomotricista é uma construção realizada durante seu Curso de Psicomotricidade e deve ser entendido como um espaço privilegiado onde se desenvolvem conhecimentos, competências e habilidades que conferem especificidade nas intervenções desse profissional através da mediação corporal.

Os saberes e habilidades que esse especialista deve construir no espaço do Treinamento Corporal Específico são competências disciplinares, que compõem o exercício profissional.

Não é um trabalho corporal de formação só centrado no corpo, é um trabalho centrado no papel do Psicomotricista, e implica concebê-lo como um processo de treinamento. “A formação corporal específica do Psicomotricista é um processo, na medida em que implica um tempo, um ritmo, uma programação e uma continuidade no trabalho” (Mila, 2002,181).

A formação do papel do Psicomotricista é decodificar POR QUÊ, PARA QUÊ e COMO as propostas são feitas nesse espaço de formação e pode, por sua vez, representar e mentalizar o que ele mesmo vivenciou a partir delas.

O formador deve incluir elementos do ambiente de trabalho que garantam e sustentem o treinamento. Nesse sentido, destaca-se a regularidade, periodicidade e duração das sessões, a constituição do grupo de trabalho, a privacidade, a confidencialidade e a necessidade de estabelecer dispositivos de observação e registro, bem como acordar formas de avaliação. Não há julgamentos, não há certo e errado, há o jeito de ser e de fazer de cada um.

É preciso implementar a construção de um conhecimento comum a partir das produções corporais, é importante propor e possibilitar a aprendizagem em grupo. Para isso “é importante que seja sempre o mesmo grupo, formado pelas mesmas pessoas, que servem de referência, sustentação e espelho e sob a mesma coordenação, permitindo então a partir deste quadro a segurança que permite a reflexão e análise da tarefa” (Mila, 2002: 181).

Cada Psicomotricista deve conhecer a sua expressividade psicomotora para poder decodificar a expressividade psicomotora do outro no quadro dos diferentes níveis de intervenção psicomotora. ” A formação pelo corpo deve visar a construção do papel do Psicomotricista: deve fornecer-lhe as ferramentas para compreender o outro na sua expressividade tónico-emocional, na descodificação e sentido dos sinais do corpo, do gesto e do fazer do outro ” (Mila, 2002,183).

É possível afirmar que o objetivo é que o Psicomotricista conheça seu corpo, que seja capaz de representar sua forma individual e única de se relacionar com os outros, investir cognitiva e emocionalmente nos objetos, espaço e tempo, tomar consciência de seu tom de voz, dos seus gestos, da sua linguagem e poder mobilizar as suas competências profissionais específicas em cada intervenção psicomotora.

Competências do Treinamento Corporal do Psicomotricista (Camps, 2011, p. 61).

  1. Respeito ao ambiente de trabalho
  2. Expressividade psicomotora
  3. Corpo em relação
  4. Disponibilidade para trabalho em grupo
  5. Gestão emocional
  6. Articulação teórica
  7. articulação prática

Frequentemente nos deparamos com pessoas que, trabalhando em uma profissão de ajuda e cuidado, como a profissão de Psicomotricista, estão dispostas a ajudar, estão dispostas a cuidar, mas têm forte resistência a serem cuidadas e ajudadas. Sem dúvida, este trabalho deve ser complementado em outros espaços de formação, como o espaço de Supervisão. E é fundamental que quem cuida, ajuda e apoia o outro se permita ser amparado, cuidado e ajudado a partir dos espaços seguros da saúde mental do psicomotricista, o espaço da supervisão e o seu próprio espaço psicoterapêutico.

Conforme o Formador, dos alunos do nosso curso de Pós Graduação em GERONTOPSICOMOTRICIDADE, professor Juan Mila, há necessidade de Terapia Psicomotora para Psicomotricistas.

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Cacilda G. Velasco

Especialista em Psicomotricidade, Titulada Especialista em Gerontopsicomotricidade pela Associação Brasileira de Psicomotricidade. Professora, Pedagoga e Profissional de Educação Física, responsável Técnica da Associação VEM SER. Vários livros publicados na área psicomotora e diferentes atuações acadêmicas com cursos, congressos, mesa redonda e atuação desde 1984 em Terapias Psicomotoras na Água.

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Cacilda G. Velasco

Especialista em Psicomotricidade, Titulada Especialista em Gerontopsicomotricidade pela Associação Brasileira de Psicomotricidade. Professora, Pedagoga e Profissional de Educação Física, responsável Técnica da Associação VEM SER. Vários livros publicados na área psicomotora e diferentes atuações acadêmicas com cursos, congressos, mesa redonda e atuação desde 1984 em Terapias Psicomotoras na Água.

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“pérolas” de Vitor da Fonseca

Durante esses últimos 40 anos me honro de ter sido aluna dessa referência mundial em Psicomotricidade que é o professor Vitor da Fonseca. De inúmeros cursos, eventos, congressos, encontros pessoais, presenciais ou on line, registrei “pérolas” que vale muito compartilhar… Edição I: Isolamento e Evolução Humana – Pérolas de Vitor da Fonseca

Decálogo de um Gerontopsicomotricista

1. Quando um Gerontopsicomotricista se capacita, ele também reconstrói sua história de aprendizagem. 2. Um Gerontopsicomotricista não brinca, simplesmente, ele introduz o bom humor em suas intervenções. 3. Quando Gerontopsicomotricista estuda não só enfoca no conhecimento e no saber, mas através das vivencias corporais, encontra suas fraquezas e as estuda. 4. Um Gerontopsicomotricista não transforma o mundo do idoso, ele lhe dá novo sentido de vida da senescência. 5. Quando um Gerontopsicomotricista intervém na produção de um movimento, ele está antenado em olhares, gestos, posturas e praxias do idoso. 6. Um Gerontopsicomotricista se emociona quando o idoso se debilita e festeja as pequenas conquistas dele, com seus próprios meios. 7. Quando um Gerontopsicomotricista observa, ele não está parado e sim contemplando a produção do idoso, no seu tempo com muito respeito e admiração. 8. Um Gerontopsicomotricista não tem limites na imaginação junto a materiais, a partir do lixo cria luxo, do simples uma complexidade e do fraco um gigante. 9. Quando um Gerontopsicomotricista fala não é para lhe dizer o que fazer, mas para provocar o seu fazer, procurando liberar suas emoções. 10. O Gerontopsicomotricista dialoga com seus próprios medos e os respeita, porque em na sua formação também viveu e entendeu os benefícios de entender a sua própria história.   (adaptação do Decálogo de David A. Burzac)

Alfabeto Psicomotor

Aprendizagem só pode ocorrer se não houver Bloqueios físicos, motores e/ou emocionais Comprometendo e até impedindo o bom Desempenho, na criança, do seu Esquema corporal.Este é responsável pela Facilidade na realização de Grande parte de suas funções.Outro fator é que os Hemisférios corporais e cerebrais devem estar Íntegros, neurologicamente, agindo Juntos,para a definição da Maturação física, motora, emocional e Neurológica estiverem definidas, Ocorrendo, na maioria das crianças, Por volta dos sete anos. Querer, implica o poder e o saber Realizar algo que já foi assimilado. Simplificar essa realização deve ser a Técnica utilizada pelo profissional “responsável”, Unindo a ela sua emoção e seu prazer Vivido junto ao ser com quem irá trabalhar. Xerocar atitudes de outros e falta de criatividade Zelo pelo seu crescimento pessoal e profissional junto a PSICOMOTRICIDADE (Cacilda Gonçalves Velasco)

O que é ser um Terapeuta

Aquele que trabalha com as mãos é um artesão! Aquele que trabalha com a mente é um sábio! Aquele que trabalha com a inspiração é um artista! Aquele que trabalha com a técnica é um profissional! Aquele que trabalha com a intuição é um místico! Aquele que trabalha com o coração é um espiritualista! Aquele que trabalha com as mãos, mente, inspiração, técnica, intuição e com o coração é um terapeuta! Otávio Leal

Representante Mundial

Prof. Dr. Rui Fernando Roque Martins

Professor Associado na Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa (UL)
Docente na licenciatura em Reabilitação Psicomotora e Coordenador do Curso do Mestrado em Reabilitação Psicomotora, da FMH – UL
Membro fundador e delegado português do Fórum Europeu de Psicomotricidade
Delegado Português da Organização Internacional de Psicomotricidade e Relaxação desde 1989.
Honoris Causa pela Organização Internacional de Psicomotricidade e Relaxação, pela contribuição para o desenvolvimento Internacional da Psicomotricidade
Membro fundador e Presidente da Associação Portuguesa de Psicomotricidade.